SISTEMA DE PÁRA RAIOS

DEFINIÇÃO

é o sistema completo destinado a proteger uma estrutura contra os efeitos das descargas atmosféricas. O primeiro Pára Raios que temos conhecimento foi desenvolvido em 1752 por Benjamin Franklin que também descobriu que o raio era um fenômeno físico/elétrico.

Os Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (Pára Raios) são constituídos por captores do tipo Franklin ou captores aéreos em malha captora (Gaiola de Faraday) e são instalados de acordo com a NBR-5419/01 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Os Raios podem causar:

  • Perda de Vidas;
  • Choque Elétrico quando se fala ao telefone;
  • Queima de eletrodomésticos e antenas;
  • Problemas no Computador;
  • Defeitos nas redes elétrica e de telefonia, etc.

Ao contrário do que muitos pensam, os Pára Raios não atraem os raios em um dia de tempestade. Sua finalidade é transmitir para pontos mais elevados das edificações, o mesmo potencial iônico que encontramos na terra, fazendo com que o raio procure os captores para sua descarga ao invés das estruturas ao redor dos captores ou o próprio solo que encontra-se em níveis inferiores em relação aos captores.

O aterramento deve ter baixo potencial de forma a não apresentar resistência à descarga do raio (corrente elétrica). Na medição de um aterramento, o ideal é que ele tenha uma resistência ôhmica de 10 (dez) ohms tendendo a zero.

Antes de tudo é bom lembrar que nada pode ser feito para impedir a queda de um raio em um determinado local ou estrutura. De modo geral, os pontos mais altos e de maior área de exposição são os prediletos do raio. Por melhor que seja o sistema instalado, este nunca será 100% eficiente, variando de acordo com o nível de proteção, visto estarmos lidando com um fenômeno da natureza totalmente imprevisível e aleatório.

Os captores do tipo Franklin em mastros formam um cone de abrangência que protegem as estruturas localizadas em um determinado raio de atuação.

A cordoalha e as hastes de aterramento são fabricadas de cobre ou com materiais cobreados, que possuem baixa resistência a passagem da energia elétrica.

O Corpo de Bombeiros através do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSCIP - Decreto Nº 897 de 21 de setembro de 1976), define as edificações que devem possuir o Sistema de Pára Raios são:

  • Edificações e estabelecimentos industriais ou comerciais com mais de 1.500 m² de área total construída;
  • Toda e qualquer edificação com mais de 30 (trinta) metros de altura;
  • Áreas destinadas a depósitos de explosivos ou inflamáveis;
  • A critério do Corpo de Bombeiros quando as caraterísticas e a periculosidade das edificações assim o exigirem;

MÉTODOS DE PROTEÇÃO:

Existem alguns meios de elaborar uma adequada proteção contra descargas atmosféricas. Dentre as mais usuais encontramos:


1) MÉTODO FRANKLIN:

a teoria de proteção consiste na rotação da tangente de um triângulo em torno de um eixo (geratriz), cujo ângulo de abertura é determinado por uma tabela específica, variando em função do nível de proteção da edificação e da altura da edificação.

  1. Captor tipo Franklin
  2. Mastro galvanizado
  3. Suportes isoladores para mastros
  4. Base de fixação e contraventagem
  5. Condutor de descida (cabo de cobre nu)
  6. Suportes isoladores para condutor de descida
  7. Tubo de proteção
  8. Malha de aterramento

1) MÉTODO DA GAIOLA DE FARADAY:

consiste no lançamento de cabos horizontais sobre a cobertura da edificação, modulados de acordo com o nível de proteção. Este sistema funciona como uma blindagem eletrostática, tentando evitar que o raio consiga perfurar a blindagem e atinja a edificação e também reduzindo os campos elétricos dentro dela.

  1. Captor tipo terminar aéreo
  2. Cabo de cobre nu
  3. Suportes isoladores
  4. Tubo de proteção
  5. Malha de aterramento
  6. Conector de medição

OBSERVAÇÃO:

Outras estruturas metálicas da edificação a ser protegida contra descargas atmosféricas podem ser utilizadas como captores naturais ou condutores de descida tais como: coberturas, pilares, treliças, calhas, tubos, etc.


IMPORTANTE:

Os sistemas de Pára Raios não devem ser executados (instalados) sem a prévia realização do projeto específico por engenheiro habilitado junto ao órgão competente.

A fabricação e comercialização dos captores radioativos está proibida desde 1989 pela Resolução 04/89 da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) publicada em 09/05/1989, devido aos fabricantes não terem conseguido comprovar a sua eficiência com o uso de material radioativo. Este tipo de captor deve ser substituído, e após isso a instalação deverá ser adaptada à Norma 5419/93 da ABNT parta que ofereça um mínimo de segurança, de modo a minimizar a exposição aos riscos provenientes de uma descarga atmosférica.

  • RAIO - um dos impulsos de uma descarga atmosférica para a terra.
  • CAPTOR - parte do SPDA externo destinado a interceptar as descargas atmosféricas.
  • CONDUTOR DE DESCIDA - parte do SPDA destinada a conduzir a corrente de descarga atmosférica desde o captor até o sistema de aterramento.
  • SISTEMA DE ATERRAMENTO - parte do SPDA externo destinada a conduzir e a dispersar a corrente de descarga atmosférica na terra.

TABELA PARA SELEÇÃO DO NÍVEL DE PROTEÇÃO:

TIPO DE EDIFICAÇÃO NÍVEL DE PROTEÇÃO
Edificações de explosivos, inflamáveis, indústrias, indústrias químicas, nucleares, laboratórios bioquímicos, fabricas de munição e fogos de artifício, estações de telecomunicações, usinas elétricas, industriais cio com risco de incêndio, refinarias, etc. I
Edifícios residenciais, indústrias, casas residenciais, estabelecimentos agropecuários e fazendas com estrutura em madeira. II
Edifícios residenciais, indústrias, casas residenciais, estabelecimentos agropecuários e fazendas com estrutura em madeira. III
Galpões de sucata ou conteúdo desprezível, fazendas e estabelecimentos agropecuários com estrutura em madeira; IV